10 de jun. de 2011

Sábado, 11/06

Cheguei em casa naquele dia e a escuridão dominava o lugar. Dava para notar. O que havia de errado? 
-Acabou a energia- Minha mãe disse quando eu a perguntei sobre o que havia acontecido.- Seu pai disse que acabou hoje a tarde quando chegou em casa.
-Ah...-eu estava sem graça
   Eram oito horas da noite e ainda ninguém havia jantado e meu pai preparava o jantar naquela escuridão só à luz de lanternas de Led.
-Não achei as velas, sabe onde estão? -Ele me perguntou enquanto eu passava pela porta da cozinha.
-Sim, no armário, não estão?
-Eu já procurei e não achei..tente você.
-Tudo bem, pai.
   Abri o armário do quarto e fui procurar em meio a caixas de celulares antigos e caixas de câmeras fotográficas não vendidas que se acumularam com o tempo.
-Não sei se ainda estão aqui, mas da última vez que eu vi estavam.- Disse, vasculhando prateleira por prateleira.
-Sim, eu sei, eu também as vi.- ele me disse.-Vou terminar de fazer o jantar e você fica procurando, está bem?
-Sim, pai.
   Retirei a maioria das tralhas de dentro daquela porta e consegui finalmente achar as velhas velas ali.
-Pai, achei, estão aqui- eu disse, segurando o pacote e mostrando para ele.
   Acendemos algumas e as espalhamos pela casa, mesmo sabendo que com a lanterna a visão fica bem melhor. 
-Não quero gastar toda a bateria- meu pai dizia quando eu o perguntava se nós não podíamos apenas usar as lanternas ao invés das velas.
   O que fazer naquele mundo antigo? Esperar até o jantar e ir dormir, não é?
   Foi o que fiz, esperei até o jantar: linguiça com arroz. Depois fui me juntar a meus pais na cama deles.
   Estava muito frio, e as cobertas aqueciam as minhas mãos quase congeladas. Nenhuma previsão de volta da energia.
   Saí da cama, escovei meus dentes e deitei na minha cama apenas com a luz da vela quase acabando e comecei a olhar o teto, sem o que fazer naquela noite gélida e estranha.
   Com insônia, comecei a folhear meu livro em busca de coisa nova para ler. Não havia luzes além da vela ali. Peguei uma lanterna. 
   Com a lanterna sob meu queixo e as páginas na frente do meu rosto, comecei a ler e logo comecei a sentir os efeitos que a leitura a mim traziam. Sono. Fechei o livro, com um assopro apaguei a vela e logo, apaguei a lanterna. Adormeci em meio a escuridão.
   Com o sono leve, acabei acordando enquanto meus pais se arrumavam para ir trabalhar, tentei dormir de volta e não consegui. Passado um tempo, resolvi pensar em outra questão: como eu iria tomar banho naquela manhã gelada? Então pensei em várias coisas antes de resolver aquecer a água e tomar aquele tradicional banho de bacia. Tomei coragem e fui.
   Eram umas sete e meia da manhã e meu cabelo estava sendo enxaguado com água gelada e meu corpo banhado pela água morna. 
   Oito horas da manhã e eu estava tomando café da manhã com a minha empregada.
-Oh! A energia voltou!!- exclamei quando um pico de força veio, mas logo voltou.-Ah...acabou...
-Quando eu cheguei tinham uns moços no prédio da frente concertando a eletricidade..-ela disse
   Eram quase oito e quinze quando eu estava no meu quarto arrumando as minhas coisas para a escola e vejo outro pico comum que ia e vinha como sempre. Mas dessa vez ele não voltou como das outras vezes. Estava estável por aquele momento, e aquele momento outro e aquele outro momento também.
-Ótimo, não vai cair mais! Tomei banho frio para nada!
   Logo a vam chegou e eu fui para a Ribeirânia ter a aula de inglês de toda sexta-feira sabendo que quando voltasse á noite não precisaria reviver o passado de novo.

(Aconteceu da quinta-feira para a sexta-feira)

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